segunda-feira, 31 de maio de 2010

Descarte

As sobras
Pegam os restos e as migalhas
Dos pratos, dos copos,
Dos pacotes e das caixas descartáveis.
Material inútil
Classificado como lixo.
Vão comendo isso
Que o mundo não quis.

Para o sistema:
Puro canibalismo.
Sobras são sobras,
Apenas sobras:
Descartes do capitalismo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Complexidade

Nem toda lágrima derramada é tristeza,
Nem toda palavra dita é sincera,
Nem todo grande sentimento é percebido.

Nem mesmo tudo que se quer é realizável,
Nem tudo que se persegue é alcançável,
Nem todos que amam são correspondidos,
Nem todos que odeiam são desprezados.

Às vezes nem o silêncio é quieto,
Pois atormenta a timidez.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Palavra descompassada

A palavra descompassada
Do passo rotineiro do dia inteiro.
Parte o poema
E vai se construindo,
Vai se rebentando,
Vai se modificando.

Não bate ponto para começar
E logo desmarcado se despede.
Sem anúncio de sino,
Sempre repentino.
Todo instante instantâneo.

As horas...
Caminhadas eternas,
Expediente estendido,
Sufocada a Poesia!
Por consequência esquecida.
(O poema só trabalha
Quando o corpo se assenta,
Aí os sentidos se acertam).

Ás vezes, um segundo basta,
Muitas, me distraio por meia hora.
Porém, a Poesia é período integral.
Independente se o tempo é de chuva
O Sol aparece sumindo,
Sucinto a passagem,
Sem escala definida.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Crime poético

Hoje minha mão está armada,
De caneta muito bem carregada
De tinta, que deixa marcas graciosas
Na folha, e as intenções objetivas:

Surge como Sol na ponta do cano,
Indo em direção ao meio do crânio,
Como tiro de chumbo certeiro,
A modificar os neurônios do hospedeiro.

A mão é ansiosa e intencional,
A caneta é mero objeto acidental,
A folha cúmplice e prova criminal,

E o crânio é do gigante que cai,
Com a palavra mais ardente que vai,
Como bala que explode e não sai.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pensamento: A utopia do guerreiro

Independentemente do tipo de batalha, o verdadeiro guerreiro se constrói porque nas vitórias ele adquire confiança e nas derrotas ele jamais abaixa a cabeça e nunca desiste de continuar a caminhada.