sábado, 28 de agosto de 2010

PELEJA

O pedreiro pincelando as pedras,
Prédios, puxadinhos, Periferia
Próprias pessoas que vão pisando os pés nas pedreiras,
Pares, pilhas de pedregulhos
Que não prendem os pelejadores,
Apesar de
Político picareta
Privatizar possibilidades,
Apesar de
Polícia
Policiar pluralidade.

Prova de fogo
Papai pagando pra patrão,
Playboy pagando de patrão.
Pra piorar
Patricinha parasita,
Paga pau de pátria patronal,
Propriamente país poderoso,
Proprietário de potência privada
Publicando o porrete no proletariado.

Porém
Povo está se preparando,
Poetas palavra proclamando.
Perfeito prenúncio de progresso.

Para os protegidos patifes
Periferia pra pulverizar tais predadores,
Periferia pra pulverizar tais predadores,
Periferia pra pulverizar tais predadores...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DESERTO


O Astro é soberano.

De cima para baixo
A existência vai queimando.

Forte
E fraco ao acaso.
Homem prostrado a fé divina
Sem fé em si próprio.
Devastador de esperanças,
Inerte no meio do deserto,
Esperando chuva do céu.
Porém, água não vem.
Desidratado vem o vento sujando
De areia na vista para cegar
Olhar que vai guiar pernas a miragem.
Viagem sem norte e nem sul
Do nada a lugar nenhum.

Movediça
A areia vai enterrando dos pés a cabeça.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CAFÉ DA MANHÃ


Um homem que dormia debaixo do Elevado Arthur da Costa e Silva,
Despertou depois de uma longa noite de frio
E caminhou sentido a Rua da Consolação em busca de algumas
moedas para distrair a fome.


Depois de algum tempo,
Depois de muito tempo,
Pode apenas sentir o gosto amargo de uma terra.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ESCRITOS DO FOGO


Escrevo com fogo os poemas resistentes
Acendendo dos olhos que revelam,
Das narinas que cheiram,
Dos ouvidos que escutam,
Do corpo que sente.
Acendo da alma e do gosto azedo dos sonhos estragados.

Escrevo com fogo nas caras de pau
Maquiadas pelas tintas envernizadas e brilhantes
Todo este material inflamável
As palavras dignamente revoltadas
De chama queimando intensamente,
Chama dilacerando máscaras imperiais.
Poesia que chama a aurora meia noite
Isso que eu chamo de revolução.