sábado, 30 de junho de 2012

Um dia...




(Poema inédito)


Um dia descobrimos
                                              que podíamos ser
e não somos,
unicamente
porque não tentamos,
pois fomos acabando
com as possibilidades,
transformando
as oportunidades
em impossibilidades
e, cada meia chance de sermos
                                                      felizes
não pode ser
concretizada
devido à falta
da outra metade,
que foi desprezada.

Dá-se o desprezo,
preso
às desculpas esfarrapadas,
preso
aos acontecimentos passados,
preso
aos medos escancarados.

O preço que se paga
e que se carrega,
são as flores mortas,
porque não foram regadas.

(Jefferson Santana)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

TCC: Trabalho de Conclusão de Curso/Trabalho de Começo de Caminhada

Dia 19/06/2012, terça-feira nublada que poderia ter sido mais um dia comum em minha vida paulistana. Porém, esse dia representou como um dos mais importantes daqueles que já vivi. Fiz a defesa do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) na Universidade Presbiteriana Mackenzie, apesar desse trabalho ter o nome lá de TGI (Trabalho de Graduação Interdisciplinar). Com relação a essas nomenclaturas pouco importa para mim, pois se pudesse definir eu colocaria como TCC, sendo: Trabalho de Começo de Caminhada, até porque não terei minha formação na graduação neste 1º semestre de 2012 por estar pendente com algumas disciplinas. Também colocaria esse nome por um motivo importante, pois esse trabalho teve como tema a Literatura Marginal, essa na qual, encontro-me envolvido fortemente. 

O título de meu trabalho, foi: "Das ruas para sala de aula: a valorização acadêmica da literatura marginal". Isso mesmo: "valorização acadêmica", pois acredito que literatura marginal não pode mais sofrer discriminação pela crítica literária e mercado editorial e, deve estar presente nas escolas por representar uma variedade da considerada diversificada cultura brasileira. É um Trabalho de Começo de Caminhada, pois pra mim ele é só o início, uma introdução, do que tenho sonho de fazer. Quero lutar pela valorização da literatura marginal para as salas de aulas e no mercado editorial, pois pretendo lecionar e continuar minha carreira como escritor. 

Esse TCC, foi digno de nota máxima na avaliação, mas, o mais importante pra mim foi a segurança que consegui  ter na apresentação do tema, ou seja, a convicção com que consegui defender as ideias para a valorização da literatura marginal. Devo muito disso aos companheiros produtores da literatura marginal que são incontáveis, também a constante orientação do professor Alexandre Huady da Universidade Mackenzie, que mostrou interesse contante nesse trabalho e, ainda, a professora Valéria Martins também da Universidade Mackenzie, que além de ter feito a avaliação, foi uma auxiliadora constante em boa parte da minha trajetória na Universidade, ajudando-me a pensar em metodologias que se preocupem com o universo contemporâneo das escolas e sociedade.

Por tudo, guardarei esse dia como um marco na minha vida, em que defendi o meu Trabalho de Começo de Caminhada, pois há muito mais que conquistar ainda! 


Jefferson Santana

domingo, 17 de junho de 2012

Ser brasileiro



Ser brasileiro
É trabalhar e cansar-se pela pátria
E ser desanimado por miséria e corrupção.
É olhar o presente
E ver que "ordem e progresso" é promessa desde o passado.


Ser brasileiro,
Ser de outro mundo,
Ser do terceiro mundo.


Não condene os caloteiros
Pois como todo brasileiro
Você já nasceu devendo.

(Jefferson Santana, do livro Cantos e Desencantos de um Guerreiro)

domingo, 10 de junho de 2012

MEU POEMA




Meu poema nasceu de noite
Tão frio como os corações dos povos
Vazio como as ruas da cidade.

Arrepia na alma e no peito
Um pedaço de agonia e solidão.
O poeta que sonhou na aurora
Deixou o dia passar,
Esperou o dia acabar
E então viveu:
Apanhou,
Chorou.
Agora vai ter pesadelos no leito.

Sofrimento de vergonha
Embaixo do cobertor.
Assim não tem jeito não,
Tentar dormir
Sem nenhuma satisfação.


Porém há sempre a solução,
Quem sabe despertar de madrugada
Faça abrir os olhos da esperança,
Num preparo pra próxima batalha.
Até que finalmente amanheça
E a força retorne a seu lugar.

E que meu próximo poema
Venha quente como brasa
Queimando a estupidez das sanguessugas.


(Jefferson Santana, do livro: Cantos e Desencantos de um Guerreiro)