segunda-feira, 10 de março de 2014

da vez que dei à luz



ocultei poemas
na esperança de poder dizê-los
na ausência de qualquer
pesadelo.

mas como
a aurora
não veio,
os dois copos
não foram enchidos
e o par de corpos
permaneceu nos ímpares,
eu abro um caderno antigo,
esse de outrora
em que ela também
não estava comigo.

vou dando à luz
poemas escritos
na madrugada,
e tento tornar lágrimas
em orvalhos de amanhecer.

 

Jefferson Santana

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